As dores constantes nas mãos e ombros da trancista Esther Gomes, causadas pelo trabalho repetitivo na confecção de dreads, levaram a empreendedora Gabriela Gomes a desenvolver uma solução inovadora: uma máquina automatizada que realiza o processo sem esforço manual.
Batizada de Fastlocs, a invenção surgiu da observação do cotidiano das dreadmakers e das dificuldades enfrentadas por essas profissionais, como tendinite, lesões por esforço repetitivo (LER) e perfurações nos dedos com agulhas. A máquina foi pensada para evitar essas lesões e aumentar a produtividade: enquanto o método manual pode levar até 20 minutos por dread, a Fastlocs promete um dread por minuto.
Com patente registrada, a Fastlocs já ultrapassou 60 unidades vendidas, incluindo exportações para países como Estados Unidos, Espanha e Alemanha. O faturamento do negócio já ultrapassa R$ 184 mil. O equipamento permite ao usuário controlar a velocidade e escolher entre quatro espessuras de mechas, variando de 6mm a 13mm.
Gabriela, que hoje divide a gestão do negócio com Esther, é responsável pelas vendas e logística da empresa, além da administração de um salão de beleza no bairro da Sé, em São Paulo. Esther atua na unidade da marca no Rio de Janeiro e também contribui com o design do produto.
A divulgação tem ocorrido principalmente pelas redes sociais, mas Gabriela já planeja investir em estratégias de marketing digital para ampliar o alcance e alcançar a meta de 150 máquinas vendidas.
De Salvador para o mundo:
Gabriela Gomes nasceu em Salvador e começou a trabalhar ainda na infância, empurrando carrinhos de mão em feiras populares da cidade. Com uma trajetória marcada por desafios, trabalhou em obras como o Maracanã e o Metrô do Rio, foi operadora de telemarketing e cursou soldagem. Chegou a tentar a vida em Portugal, mas voltou ao Brasil após enfrentar dificuldades trabalhistas. Hoje, transforma sua experiência de vida em inovação e empreendedorismo no mercado de beleza afro.
Informações do jornal Correio