A criação de vagas em setores ligados à educação foi um dos principais fatores que ajudaram o Brasil a registrar a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de trabalhadores ocupados no país alcançou um recorde de 102,3 milhões de pessoas. A taxa de desocupação caiu para 5,8%, refletindo uma melhora consistente no mercado de trabalho.
Segundo o IBGE, dos dez setores analisados, nove apresentaram estabilidade entre os dois últimos trimestres analisados. A única área com crescimento significativo foi a de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais. Esse grupo somou cerca de 18,9 milhões de trabalhadores — um aumento de 4,5%, ou mais de 800 mil novas ocupações. A maior parte das novas vagas surgiu no setor de educação, tanto pública quanto privada, incluindo cargos como professores, auxiliares de serviços gerais, inspetores e porteiros, com destaque para contratações realizadas por prefeituras.
A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, destaca que há uma sazonalidade nesse tipo de contratação, com admissões concentradas no início do ano letivo, especialmente no ensino fundamental. Atividades na área da saúde também contribuíram para o avanço do setor.
Outros setores também registraram crescimento no número de ocupados, como agricultura (1,7%), indústria (1,2%), comércio (1,3%) e transporte (2,1%). Houve, porém, queda na construção civil (-0,2%) e no setor de alojamento e alimentação (-1%).
A pesquisa do IBGE também passou a utilizar uma nova amostra de domicílios, atualizada com base nos dados do Censo Demográfico de 2022. Apesar da reponderação da série histórica, a dinâmica geral do mercado de trabalho permaneceu praticamente inalterada. Em apenas 25 dos 159 trimestres móveis analisados desde 2012 houve pequenas variações nas taxas de desemprego, sempre inferiores a 0,1 ponto percentual.
Desde 2021, nenhum dos resultados anteriores precisou ser revisto, reforçando a consistência dos dados e a relevância da tendência atual de recuperação do emprego no Brasil.
Informações da Agência Brasil