A economia brasileira cresceu 0,5% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, após alta de 1,3% no trimestre anterior. O resultado aponta para uma desaceleração do ritmo de expansão.
Os dados são do Monitor do Produto Interno Bruto (PIB), estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), que antecipa tendências do indicador oficial. Segundo o levantamento, houve também crescimento de 0,5% na passagem de maio para junho.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a economia avançou 2,4%. No acumulado de 12 meses, a expansão é de 3,2%. Em valores monetários, o PIB do primeiro semestre foi estimado em R$ 6,1 trilhões.
Setores em destaque
De acordo com a economista Juliana Trece, do Ibre/FGV, o desempenho positivo do segundo trimestre foi puxado pelos setores de serviços e indústria. Nos serviços, o crescimento ocorreu em diversas atividades, enquanto na indústria ficou concentrado na extração mineral, sinalizando maior fragilidade.
Ela destaca que a desaceleração foi influenciada pela ausência do forte impulso da agropecuária observado no trimestre anterior e pelo impacto defasado da alta dos juros sobre a atividade econômica.
Impacto dos juros altos
O consumo das famílias continua crescendo, mas em ritmo menor. A redução é atribuída, em parte, ao efeito contracionista da política monetária: juros elevados encarecem o crédito, reduzem investimentos e desaceleram a economia, com reflexos sobre emprego e renda.
A taxa básica de juros (Selic) está em um dos níveis mais altos em quase duas décadas, usada pelo Banco Central para conter a inflação. Esse instrumento, porém, costuma afetar a economia com um intervalo de seis a nove meses, o que coincide com os sinais de perda de fôlego captados pelo Monitor do PIB.
Indicadores paralelos
O Monitor do PIB é um dos termômetros da atividade econômica nacional, ao lado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que também apontou crescimento moderado no mesmo período.
Informações da Agência Brasil