Na Bahia, 1.362 pessoas estão cadastradas no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), enquanto mais de 1.089 crianças vivem em serviços de acolhimento. Nem todas as crianças estão juridicamente liberadas para o processo, o que reduz significativamente o número de possíveis adoções. E, entre as crianças disponíveis, muitos fatores dificultam o encontro com pretendentes compatíveis. Atualmente, apenas 259 pessoas estão aptas, segundo dados do sistema mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O SNA reúne informações dos Tribunais de Justiça de todo o país, incluindo o perfil dos pretendentes. Na Bahia, a maioria é formada por casais: 81,4% dos cadastrados. Outros 18,6% desejam adotar individualmente. Boa parte dos interessados busca crianças pequenas. Cerca de 30,4% procuram crianças de 2 a 4 anos; 27,3%, menores de 2 anos; e 24,6%, de 4 a 6 anos.
Crianças acima dos 10 anos são pouco procuradas, embora representem mais de 66% das disponíveis para adoção no estado. Quanto ao gênero, 55,4% afirmam não ter preferência, mas entre os que indicam, 33,5% preferem meninas e apenas 11,1% buscam meninos.
No critério étnico, a maioria dos pretendentes aceita crianças pardas (704), brancas (567) ou de qualquer etnia (553). Menor é o número de aceites para crianças pretas (448), amarelas (383) e indígenas (358). O número de crianças que os pretendentes desejam adotar também é limitado: 73,1% querem apenas uma criança, o que dificulta a adoção de grupos de irmãos. Apenas 2,4% estão dispostos a adotar mais de duas.
As limitações se acentuam nos casos de deficiência ou doenças. Apenas 2,5% aceitariam crianças com deficiência física ou intelectual. Quanto às doenças, 85,2% das famílias disseram que não aceitariam nenhuma condição de saúde.
O perfil das crianças
A maioria das crianças disponíveis para adoção na Bahia não se encaixa no perfil mais procurado pelos pretendentes. Muitas são mais velhas, fazem parte de grupos de irmãos ou possuem alguma condição de saúde. Mais da metade (143) das 259 crianças disponíveis têm irmãos. Em termos étnicos, 66,8% são pardas, 27,4% pretas e apenas 5,8% brancas.
Também há um descompasso em relação ao gênero: enquanto a preferência dos adotantes recai sobre meninas, 55,8% das crianças disponíveis são meninos. No que diz respeito a condições de saúde, 76,8% não têm deficiências e 83% não possuem doenças. Ainda assim, 17% enfrentam algum problema de saúde não classificado como deficiência, e cerca de 23% têm algum tipo de deficiência física ou intelectual.
Informações do Bahia Notícias