O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou que a taxa básica de juros (Selic) deve se manter em 15% ao ano por um período prolongado. A decisão busca conter pressões inflacionárias causadas, principalmente, pela forte demanda interna.
Segundo a ata da última reunião do comitê, os núcleos de inflação seguem acima do nível compatível com a meta, exigindo uma política monetária mais restritiva. O Copom reconhece que a inflação apresentou desaceleração recente, mas ainda considera o cenário adverso, destacando que expectativas inflacionárias seguem desancoradas.
A Selic é o principal instrumento para controle da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumulou alta de 5,32% em 12 meses — acima do teto da meta, que atualmente é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
No modelo de meta contínua, o Banco Central passa a verificar mensalmente a inflação acumulada em 12 meses, em vez de considerar apenas o índice fechado do ano.
No cenário externo, o Copom cita incertezas relacionadas à política econômica dos Estados Unidos, tensões geopolíticas e volatilidade no mercado de petróleo, fatores que impactam diretamente países emergentes. No Brasil, a economia mostra algum dinamismo, especialmente na agropecuária, mas sinais de moderação já são observados no comércio, serviços e indústria.
A ata também destaca um mercado de trabalho aquecido, com geração de empregos formais e aumento da renda, o que contribui para manter o crédito em expansão. Ainda assim, o comitê considera que os efeitos da política monetária mais rígida ainda não foram totalmente sentidos na econoisolamento,
Com isso, a estratégia adotada agora é interromper a elevação da Selic e avaliar os impactos do aperto já realizado, antes de decidir os próximos passos para garantir a convergência da inflação à meta.
Informações da Agência Brasil