O consumo nos lares brasileiros registrou alta de 2,63% no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em junho, o crescimento foi de 2,83% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em relação a maio, o avanço foi de 1,07%. Os dados foram ajustados pela inflação com base no IPCA/IBGE e refletem o desempenho de todos os formatos de supermercados.
De acordo com a Abras, o resultado revela a resiliência do consumo das famílias, mesmo diante da inflação persistente no grupo de alimentos e bebidas, que subiu 3,69% no período — acima da média geral da inflação, de 2,99%. Ao longo do semestre, os consumidores buscaram preços mais baixos e trocaram marcas, mas mantiveram o volume de consumo.
A entidade também destacou mudanças no perfil de consumo em junho, com uma migração de itens mais baratos para opções intermediárias em algumas categorias. Essa mudança pode estar ligada à melhora do mercado de trabalho e à circulação de recursos extras na economia, fatores que ampliaram o poder de escolha das famílias.
Cesta de produtos apresenta queda após nove meses de alta
O Abrasmercado, indicador que acompanha os preços de 35 produtos de largo consumo, registrou queda de 0,43% em junho, interrompendo uma sequência de nove meses de altas. O valor médio da cesta passou de R$ 823,37 para R$ 819,81. Ainda assim, os preços acumulam alta de 3,18% no semestre e de 9% nos últimos 12 meses.
Entre os produtos que mais contribuíram para a queda estão os ovos (-6,58%), carne bovina traseiro (-1,17%) e dianteiro (-0,64%), frango congelado (-0,47%) e arroz (-3,23%). Também houve reduções nos preços da farinha de trigo, óleo de soja, feijão e leite longa vida. Por outro lado, o tomate teve aumento de 3,25%, pressionando o indicador.
No segmento de higiene e limpeza, predominou o aumento nos preços, com destaque para papel higiênico (+0,82%), sabonete (+0,71%) e desinfetante (+1,69%). A água sanitária foi o único item com preço praticamente estável (-0,01%).
Regiões brasileiras têm variação no custo da cesta
Entre as regiões do país, o Sudeste registrou a maior queda nos preços da cesta básica (-0,79%). Também houve recuos no Centro-Oeste (-0,36%), Nordeste (-0,32%) e Sul (-0,25%). A única região com leve alta foi o Norte, com aumento de 0,04%.
Informações da Agência Brasil