Dados divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em fevereiro deste ano, apontam que o número de dívidas em atraso de moradores da Bahia cresceu 9,21% no mês de janeiro, se comparado com o mesmo período do ano passado. O dado ficou acima da média do nordeste, que foi de 8,43%. Diante do mesmo período de comparação, o levantamento ainda detalha que o número de inadimplentes do estado cresceu 6,73%.
Os percentuais traduzem um quadro nacional de aumento das dívidas e da inadimplência. Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada em janeiro deste ano pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas cresceu de 61,1%, em dezembro de 2015, para 61,6% em janeiro deste ano. Em janeiro de 2015, o percentual era 57,5%.
É neste cenário que o escritor e educador financeiro George Wander de Albuquerque Rodrigues, de 45 anos, conta histórias reais de pessoas superendividadas no primeiro livro da carreira. “A obra reúne relatos da minha própria vida, bem como relatos da vida de amigos, alunos e personalidades que podem nos ajudar a entender alguns aspectos do comportamento quando o assunto é administrar as finanças pessoais”, detalha o autor.
O livro “As Histórias de Como Aprendi a Lidar com Dinheiro” será lançado na terça-feira (1º), em Salvador. Por meio de inspirações verídicas, a publicação discute temas como superendividamento, maus hábitos de consumo e prosperidade financeira. Segundo o autor, o livro não nasce com a função de aconselhamento. Entretanto, defende que as histórias contadas podem promover nos leitores o reconhecimento de erros e acertos em decisões sobre finanças pessoais.
“Vim contar histórias inspiradoras. Sei que em alguma delas, o leitor irá se reconhecer. A partir do momento em que recebemos os estímulos corretos para iniciar o processo de mudança e utilizamos as ferramentas adequadas, quaisquer desejos e sonhos são perfeitamente possíveis de serem alcançados”, atesta George Wander.
Dentre as histórias contadas, o autor destaca como também já foi vítima do superendividamento. “Apesar de ter uma boa formação acadêmica e bom emprego, minha vida financeira era um caos. Eu não tinha consciência que possuía uma programação mental de uma pessoa endividada. Quase todos ao meu redor achavam normal ter dívidas. Cresci em um ambiente em que os maus hábitos financeiros eram moralmente aceitos”, explica.
George Wander afirma que não existe fórmula mágica para superar crises. Entretanto, destaca que identificar as emoções que envolvem o uso do dinheiro é uma poderosa arma de autoconhecimento. “A partir do momento em que comecei a identificar as emoções e as crenças que possuía em relação ao dinheiro, foi que passei a entender que meu histórico de vida exercia grande influência no meu comportamento ao lidar com as dívidas. Identificar as emoções foi um grande passo. Contudo, mudar a forma de agir é um desafio ainda maior”, atesta.
AutorGraduado em Ciências Contábeis, George Wander de Albuquerque Rodrigues, de 45 anos, tem especializações em administração financeira governamental, como também em gerência e gestão públicas. Há 13 anos, atua como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental na diretoria do tesouro da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA).
Entre 1998 e 2002, atuou como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da diretoria do orçamento público da Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra). Por 10 anos, também trabalhou na área de investimento e comércio exterior do Banco do Brasil.
George Wander ainda atua como instrutor de finanças pessoais na Universidade Corporativa da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA) e é conselheiro de administração do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob). O autor também exerce atividades de palestrante e educador financeiro.