Apesar do tempo mais fechado no início da manhã, o sol apareceu na Avenida Magalhães Neto, em Salvador, e possibilitou que pessoas com deficiência pudessem aproveitar o projeto Viver a Cidade. Realizada pela Associação Meu Sorriso, a iniciativa disponibiliza equipamentos adaptados, como cadeiras e bicicletas, para que todos possam ter um momento de lazer e atividade física ao ar livre.
A atividade é voltada para pessoas cegas ou com baixa visão, com baixo equilíbrio, paralisia cerebral, deficiências intelectuais, deficiência física, membro amputado, nanismo, entre outros. Todos os equipamentos adaptados são disponibilizados gratuitamente, juntamente com o apoio técnico de colaboradores e voluntários.
Para a diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Sempre, Daiane Pina, o projeto é fundamental para promover inclusão. “Temos essa prática esportiva adaptada, apoiada pela Sempre, através do Viva Esporte, da Lei do Esporte. Sem esses equipamentos, muitas dessas crianças não poderiam estar aqui, aproveitando a cidade ou praticando esportes. É uma iniciativa maravilhosa, que contempla todas as pessoas com deficiência, sem exceção”, declarou.
O presidente e idealizador do projeto, Fred Matos, afirma que o projeto conta com diversos equipamentos adaptados. “A Sempre viabiliza que a gente possa ter uma equipe, fazer manutenção dos equipamentos, para que a estrutura esteja aqui e seja viável com essa frequência. Esse projeto surgiu da minha necessidade de pertencer à cidade com minha filha. Hoje, nós pertencemos”, salientou.
Matos avalia que o evento cresce a cada domingo. “As pessoas estão descobrindo o Viver a Cidade. Com a mudança das estações, teremos mais pessoas aderindo e usando equipamentos como a hand bike, o triciclo e o triciclo assistido, e conseguiremos difundir isso ainda mais”, afirmou.
Moradora de São Cristóvão, a dona de casa Ivanilda da Silva, de 46 anos, estava acompanhada da filha Isabelle, de oito anos. “Para mim é uma grande alegria e oportunidade. É a primeira vez que participo e estou amando. Vemos a acessibilidade, o acolhimento e o cuidado, dando oportunidade às famílias das pessoas com deficiência. Que outros eventos como esse aconteçam para reunir as famílias”, disse.
A pequena Isabelle tem Síndrome de Down e, depois de andar uma vez na bicicleta, já estava pedindo para ir outras vezes. “Eu gostei muito, e vou brincar de novo, o dia todo se deixar. Todos os meus amigos aproveitaram e eu mais ainda”, contou, animada.
Aos 42 anos e com nanismo, o participante e voluntário Ítalo Sherlock avalia de forma positiva o projeto. “Nem sempre temos esse lazer em grandes metrópoles, e o projeto pensou justamente nisso. É maravilhoso”, declarou.
Aos 16 anos, o jovem Guilherme da Silva Gomes, morador do Novo Marotinho, curtiu bastante a bike adaptada. Com deficiência nas pernas, ele afirmou que foi uma oportunidade de mostrar que tem capacidade e que pode ter um lazer. “O esporte cura”, afirmou.
O projeto disponibiliza, em média, 16 equipamentos, como bicicletas tandem, cadeiras de corrida, handbikes, framerunnings e triciclos assistidos, além de bicicletas comuns. Os equipamentos atendem diferentes tipos de deficiência, desde cegueira e baixa visão até paralisia cerebral e perda de mobilidade de alto grau.
Informações da Prefeitura de Salvador