Sabores adocicados, aromas atrativos e dispositivos com visual moderno têm conquistado cada vez mais jovens. Mas por trás dessa estética “inofensiva” dos cigarros eletrônicos, esconde-se um risco real e crescente: a dependência de nicotina e os danos à saúde.
Com o objetivo de alertar a população sobre os perigos desses produtos, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançaram uma nova campanha de conscientização. A ação chama atenção para o papel dos aditivos – como os de sabor e aroma – na iniciação ao tabagismo, especialmente entre adolescentes, além de sua influência direta no aumento da dependência.
“Não é um dia para comemorar. É um dia para lembrar que ainda há muito a ser feito para salvar vidas e evitar que a dependência da nicotina continue afetando a saúde pública global”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o lançamento da campanha.
Um dos focos principais da mobilização é o uso crescente de dispositivos eletrônicos para fumar. Apesar de proibidos no Brasil, esses produtos vêm ganhando espaço, especialmente entre os mais jovens, o que preocupa autoridades e especialistas. Segundo o ministro, países que legalizaram e tentaram regulamentar os dispositivos observam um aumento expressivo no consumo: até seis vezes maior do que em locais onde o uso permanece restrito.
A campanha também busca esclarecer os danos que os cigarros eletrônicos causam ao organismo, atingindo pulmões, coração e outros órgãos. Além disso, destaca como os aditivos tornam os produtos mais atraentes e disfarçam seus efeitos nocivos, dificultando a percepção do risco e a cessação do vício.
“O cigarro eletrônico é uma nova roupagem para um velho problema. Os aditivos intensificam o apelo sensorial e escondem os prejuízos reais à saúde”, reforça o Inca em nota oficial. A entidade lembra que, mesmo quando há doenças provocadas pelo tabaco – como câncer, enfisema ou AVC – parar de fumar sempre traz benefícios concretos.
Entre os ganhos para o organismo ao interromper o consumo de nicotina, estão:
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Após 20 minutos: pressão arterial e pulsação voltam ao normal;
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Após 2 horas: não há mais nicotina no sangue;
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Após 8 horas: os níveis de oxigênio se normalizam;
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Após 24 horas: os pulmões funcionam melhor;
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Após 2 dias: olfato e paladar começam a se recuperar;
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Após 3 semanas: a respiração melhora e a circulação se torna mais eficiente;
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Após 1 ano: o risco de infarto cai pela metade;
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Após 10 anos: o risco de infarto é igual ao de quem nunca fumou.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. Para mais informações, é possível buscar a coordenação de controle do tabagismo da secretaria de saúde do seu município ou estado.
Informações da Agência Brasil