O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) defende que o café seja incluído na lista de produtos isentos da nova taxação imposta pelos Estados Unidos, que pode chegar a 50%.
A medida anunciada pelo governo norte-americano inclui o café entre os produtos brasileiros que passarão a ser tarifados. No entanto, uma ordem executiva estabelece cerca de 700 exceções, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis com suas peças e componentes.
Em nota, o Cecafé afirmou que seguirá dialogando com entidades dos Estados Unidos, como a National Coffee Association (NCA), para que o produto seja incluído na lista de exceções. Segundo a entidade, a taxação poderá resultar em aumento dos preços e da inflação no mercado americano, já que os custos devem ser repassados aos consumidores.
O conselho destaca que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é estratégica, tanto do ponto de vista econômico quanto cultural. O Brasil é o principal fornecedor de café para os Estados Unidos, abastecendo mais de 30% do mercado. Além disso, os EUA respondem por 16% das exportações brasileiras do produto.
“A parceria cafeeira entre os dois países é indispensável. O café brasileiro é essencial para o abastecimento do maior mercado consumidor mundial, onde 76% da população consome a bebida e movimenta cerca de US$ 110 bilhões por ano”, afirmou o Cecafé.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também manifestou preocupação. Para a entidade, a nova taxação poderá prejudicar diretamente a cadeia dos cafés especiais, impactando produtores, exportadores e toda a comunidade envolvida com cafés de qualidade. Os Estados Unidos são o principal destino desses produtos, que geram uma receita anual superior a US$ 550 milhões com a venda de cerca de 2 milhões de sacas.
Informações da Agência Brasil