No dia 25 de outubro de 2025, a Catedral da Sé, em São Paulo, foi palco de um ato ecumênico que reuniu centenas de pessoas para lembrar os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, ocorrido em 1975 durante a ditadura militar. O evento, organizado pela Comissão Arns e pelo Instituto Vladimir Herzog, contou com a presença de diversas lideranças religiosas e autoridades, incluindo o presidente da EBC, José Basbaum, e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Durante a cerimônia, foram exibidas imagens de vítimas da repressão política, acompanhadas de aplausos do público. Músicas como “Cálice” e “O Bêbado e o Equilibrista” foram entoadas, reforçando o caráter de resistência do ato. Ivo Herzog, filho do jornalista, destacou a importância da revisão da Lei de Anistia de 1979 e cobrou ação do Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 320, que busca responsabilizar os agentes do Estado envolvidos em crimes durante o regime militar. Ele criticou a demora no julgamento da ação, considerando-a uma forma de cumplicidade com a impunidade.
Além do ato na Catedral da Sé, outras iniciativas marcaram a data, como a inauguração do “Calçadão do Reconhecimento” na Praça Memorial Vladimir Herzog, que homenageia jornalistas e personalidades que contribuíram para a luta pela democracia. O evento reforçou o compromisso com a memória histórica e a busca por justiça para as vítimas da ditadura militar.
A cerimônia na Catedral da Sé também remeteu ao histórico culto ecumênico realizado em 31 de outubro de 1975, que desafiou o regime militar e reuniu cerca de 8 mil pessoas em solidariedade a Herzog. A presença massiva e o caráter inter-religioso do ato deste ano evidenciam a continuidade da luta por justiça e memória, 50 anos após o trágico evento.
Fonte: Agência Brasil



