Com a proposta de promover a Capoeira como instrumento de educação, inclusão e desenvolvimento social, o Instituto CTE Capoeiragem está realizando mais uma etapa do programa Capoeiragem Mirim em Salvador. A iniciativa beneficia 30 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 16 anos, oferecendo aulas gratuitas no contraturno escolar. A maioria dos participantes reside na comunidade do Paraíso Azul, no bairro Costa Azul.
As atividades incluem aulas regulares de Capoeira e ações complementares como torneios internos, palestras educativas e eventos comemorativos. O foco é incentivar a prática esportiva aliada a valores como cidadania, respeito, ética e disciplina, pilares centrais da metodologia da escola.
As turmas são divididas em dois grupos: a Turma Atabaque, com aulas às segundas e quartas-feiras, e a Turma Berimbau, às terças e quintas-feiras, sempre no final da tarde.
“A Capoeira é, antes de tudo, uma ferramenta de transformação. Com o apoio certo, conseguimos fortalecer ainda mais o caráter educativo da prática, incentivando disciplina, respeito e protagonismo entre os jovens participantes”, destaca o mestre Balão, idealizador do programa e presidente do Instituto.
O programa Capoeiragem Mirim teve início ainda na década de 1990, quando mestre Balão começou a ensinar Capoeira voluntariamente a crianças da Boca do Rio. Desde então, a ação se consolidou como um programa social permanente, alcançando diversas comunidades de Salvador e da região metropolitana. Ao longo do tempo, a iniciativa foi sendo aprimorada e adaptada, mantendo seu compromisso com a formação integral da juventude.
Educação além da roda
Além das práticas corporais, o Instituto desenvolveu o MEC – Método de Ensino para Crianças, baseado em três pilares:
- Ludicidade, com foco no aprendizado por meio do jogo e da brincadeira em roda;
- Transversalidade, ao integrar saberes como história, geografia e matemática por meio da Capoeira;
- Realidade, valorizando conteúdos conectados com o universo dos participantes.
“O método é inspirado na cultura da Capoeira e nos ensinamentos de educadores como Anísio Teixeira e Paulo Freire, que defendem a educação como prática transformadora, conectada ao contexto social do educando”, completa mestre Balão.
Mais do que luta: identidade e cultura
Com mais de quatro décadas de atuação, o mestre Balão fundou, ao lado do mestre Papa, a Escola CTE Capoeiragem, que hoje tem presença em estados como Bahia, São Paulo e Sergipe, além de países como Alemanha, Bélgica, Suíça e Itália. A escola realiza formações, rodas mensais, aulas de musicalidade e intercâmbios culturais, sempre com base na Capoeira como prática educativa e de preservação da cultura afro-brasileira.
Informações do Tribuna da Bahia