A iniciativa, em sua 3° edição com o tema “Minha Boneca, Minha História”, distribui bonecas pretas para crianças em situação de vulnerabilidade social e promove diálogos sobre representatividade, autoestima e combate ao racismo.
Uma realização da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), por meio da Fundação Pedro Calmon (FPC), executada pelas Bibliotecas Públicas do Estado, o projeto já distribuiu mais de mil bonecas pretas em suas primeiras edições e retorna com a meta de ampliar ainda mais as doações, com programação cultural marcada por atividades artísticas e de valorização da identidade negra.
Na mesa de abertura, a secretária Ângela Guimarães destacou que a campanha vai além da arrecadação, sendo um encontro com a história, a representatividade, o fortalecimento das infâncias e a educação antirracista.
Segundo ela, trata-se de uma ação de reparação que reconhece como o racismo estrutura a hierarquia de desigualdades e reafirma o compromisso dos equipamentos culturais no enfrentamento ao racismo e no fortalecimento da infância.
O diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Sandro Magalhães, ressaltou o papel das bibliotecas e a importância dos parceiros institucionais para ampliar a mensagem do ‘Cadê Minha Boneca Preta?’ para mais espaços da sociedade.
O público foi composto por crianças, principais beneficiadas pela ação, que mais do que a entrega de brinquedos, utiliza a ludicidade para fortalecer a autoestima. Uma das participantes afirmou que as bonecas pretas ajudam a ter mais confiança, enquanto outra destacou que a atividade trouxe aprendizados sobre a importância de amar a própria cor.
A programação contou com atividades culturais e educativas, como contação de histórias, intervenções artísticas e bate-papos sobre a representatividade negra na infância.
Os padrinhos da 3° edição, o cantor e capoeirista Tonho Matéria e a escritora Débora Maria, reforçaram o compromisso de fortalecer a campanha e levar sua mensagem para mais comunidades.
A campanha integra o Sistema de Bibliotecas Públicas da Bahia, o que garante sua ampliação e fortalecimento como política pública.
Para Tamires Conceição, diretora de Bibliotecas Públicas da Bahia, a ação confirma o papel social das bibliotecas e o pertencimento da infância preta.
Já Soraia Alves, idealizadora da campanha e diretora da Biblioteca Juracy Magalhães Jr., explica que a iniciativa nasceu de sua vivência pessoal: a ausência de representatividade na infância transformou-se em um movimento coletivo de afeto, beleza, orgulho e resistência.
A programação também inclui apresentações teatrais, musicais, rodas de conversa e contações de histórias com bonecas Abayomi, reafirmando o direito das crianças negras de se reconhecerem no ato de brincar.
Informações da Agência Brasil