A defesa de Jair Bolsonaro afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente não solicitou asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, e negou que ele tenha a intenção de fugir do país.
A manifestação foi enviada após a Polícia Federal encontrar, no celular de Bolsonaro, um documento de solicitação de asilo durante busca e apreensão realizada no âmbito da investigação sobre sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. Segundo a PF, o arquivo estava salvo no aparelho desde 2024.
De acordo com a defesa, o documento era apenas um rascunho e a solicitação nunca ocorreu. Os advogados também pediram a revogação da prisão domiciliar de Bolsonaro e alegaram que ele sempre cumpriu as medidas cautelares impostas pelo STF, como a proibição de deixar o país e o uso de redes sociais.
A defesa argumentou que o ex-presidente não tentou fugir e obedeceu a todas as decisões da Suprema Corte, comparecendo a audiências e respondendo às denúncias.
Bolsonaro e o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados pela PF no inquérito das sanções. O caso está agora sob análise da Procuradoria-Geral da República, que decidirá se apresentará denúncia ao STF.
A defesa também se posicionou sobre outros pontos do relatório da PF, como o recebimento de uma mensagem de SMS do general Braga Netto — que estava proibido de manter contato com Bolsonaro. Segundo os advogados, a mensagem foi apenas recebida, sem resposta ou comunicação de volta.
Outro questionamento envolveu trocas de mensagens com o advogado norte-americano Martin Luca, ligado ao ex-presidente Donald Trump. A defesa afirmou que os contatos ocorreram antes das medidas cautelares contra Bolsonaro e que não havia proibição nesse sentido.
Os advogados também criticaram a divulgação de informações sobre movimentações financeiras, apontando que uma transferência de valores de origem lícita para a esposa do ex-presidente foi tratada como indício de lavagem de dinheiro.
Por fim, a defesa acusou a Polícia Federal de praticar Lawfare, sustentando que o relatório tem caráter político e busca desmoralizar Bolsonaro, expondo sua vida privada e fazendo acusações consideradas descabidas.
Informações da Agência Brasil