“Só não deixei de sambar.” A frase de Oscar da Penha, o Batatinha, vai ecoar mais viva do que nunca em agosto de 2025, quando será celebrado o centenário de nascimento de um dos maiores poetas do samba brasileiro. Para homenagear esse grande artista, a Fundação Cultural do Estado da Bahia, unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA) realiza, no mês de agosto, uma série de shows e palestras para difundir seu legado.
O Projeto Centenário Batatinha apresenta o espetáculo itinerante “Batatinha – 100 Anos de Samba e Poesia”, idealizado, dirigido e interpretado por Dody Só – artista multifacetado que une voz, corpo e história numa experiência cênico-musical sensível, profunda e comunicativa. Mais do que um show, o projeto se propõe a ser um rito de memória, pertencimento e resistência. Um espaço de celebração à cultura afro-brasileira e de valorização de um patrimônio musical que segue inspirando o Brasil.
As apresentações, gratuitas e abertas ao público, acontecem em cinco cidades baianas: Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Santo Amaro e Cachoeira. Antes de cada espetáculo, o público será acolhido com uma palestra conduzida por Artur da Penha, filho de Batatinha, que compartilha lembranças afetivas, histórias e curiosidades sobre a vida do pai — numa escuta íntima com o artista homenageado.
A iniciativa também chega às escolas públicas, em parceria com a Secretaria de Educação, promovendo um gesto pedagógico de valorização do samba enquanto expressão de identidade, resistência e formação crítica.
Dody Só: corpo e voz da memória afro-baiana
Bacharel em Cinema e Vídeo, Dody Só tem trajetória marcada pelo compromisso com a valorização da cultura negra e a exaltação dos mestres da memória. Sua performance mistura música, poesia e teatralidade de forma delicada e potente, tocando o coração de diferentes gerações e reafirmando o samba como arte e espiritualidade.
O poeta do Maciel
Nascido no Pelourinho, Batatinha eternizou as dores e amores do povo baiano em 116 canções gravadas por nomes como Gal Costa, Beth Carvalho e Caetano Veloso. Foi chamado por Dorival Caymmi de autor de “samba de estufa” — minimalista, elegante, cheio de silêncio e lirismo. Fundador do Dia Municipal do Samba em Salvador, Batatinha faleceu em 1997, mas segue presente nas ladeiras, terreiros, bares e memórias da cidade.
Programação:
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Salvador – Praça Quincas Berro d’Água | com Juliana Ribeiro
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Camaçari – Colégio Gonçalo Muniz | com Nelson Rufino
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Feira de Santana – Colégio Estadual do Aviário | com Zé Araújo
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Santo Amaro – Colégio Teodoro Sampaio | com J. Velloso
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Cachoeira – Colégio Estadual de Cachoeira | com Claudya Costta
Todos os shows acontecem às 19h (exceto Salvador, às 20h).
Serviço
O quê: Espetáculo e palestras “Batatinha – 100 Anos de Samba e Poesia”, com Dody Só
Quando: Quintas-feiras de agosto – 01, 08, 15, 22 e 29
Onde: Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Santo Amaro e Cachoeira
Quanto: Gratuito
Mais informações: [consultar site oficial da Fundação Cultural da Bahia]
Informações do ba.gov.br