Com foco em sustentabilidade e inovação, a Estratégia Turística Bahia 4.0, desenvolvida pela Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), tem promovido ações voltadas à preservação ambiental nas principais zonas turísticas do litoral baiano. Uma das frentes de atuação é a parceria com entidades ambientalistas para o controle de espécies invasoras que ameaçam os ecossistemas marinhos.
Entre as iniciativas, destaca-se o projeto da Organização Pró-Mar, que atua no combate a corais predadores na Baía de Todos-os-Santos. Só recentemente, cerca de cinco toneladas do coral invasor Chromonephthea braziliensis — semelhante ao coral-sol — foram removidas de áreas como os alicerces da Marina de Itaparica. A ação conta com o apoio da Setur-BA, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da empresa Carbono 14.
A operação envolve mapeamento, monitoramento e controle dos corais predadores, com o objetivo de mitigar os impactos ambientais em uma região com forte vocação para o turismo náutico. Segundo especialistas, a presença desse coral, originário do Indo-Pacífico e sem esqueleto calcário, representa um risco para espécies nativas, devido à sua rápida proliferação e liberação de toxinas.
“O problema é que, fora de seu habitat natural, ele se espalha rapidamente e pode matar espécies locais com suas toxinas”, explica o biólogo da UFBA, Rodrigo Nogueira.
Para a Setur-BA, iniciativas como essa são fundamentais para preservar o patrimônio natural da Bahia e garantir a sustentabilidade da atividade turística. “O litoral baiano é um dos nossos maiores atrativos. O avanço de espécies invasoras representa uma ameaça real e, por isso, o controle ambiental precisa caminhar junto com o planejamento turístico”, avalia Gustavo Martins, da Diretoria de Qualificação e Segmentos da Setur.
De acordo com o coordenador de projetos da Pró-Mar, José Roberto Caldas Pinto, conhecido como Zé Pescador, o objetivo do projeto é a longo prazo: “Trabalhamos para colocar a Bahia na vanguarda da restauração de corais, repovoando as áreas com espécies nativas e melhorando as condições de vida de comunidades pesqueiras e marisqueiras, o que também tem reflexo direto no turismo sustentável”.
Informações do ba.gov.br