O Colégio Estadual Clarice Santiago Santos, no bairro do Arenoso, promoveu um debate sobre autoafirmação racial como parte da programação de maio, dedicada à valorização da identidade negra e ao fortalecimento da luta antirracista.
A abertura da atividade contou com a apresentação do Coral Vozes do Arenoso, formado por estudantes da escola, que entoaram a voz da resistência preta, reafirmando o empoderamento da juventude e o papel da educação como espaço de transformação.
O ponto alto foi a palestra da pedagoga mineira, Benilda Brito, mestre em Gestão Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e consultora da Organização das Nações Unidas (ONU). Ela destacou que a negação da identidade é uma das armadilhas do racismo e que o reconhecimento é uma forma potente de enfrentamento. Benilda elogiou a campanha “Você se reconhece?”, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), lançada esta semana, por fortalecer a autodeclaração racial nas escolas da rede estadual.
O diretor da escola, Marco César Guimarães, explicou que a instituição de ensino realiza atividades durante todo o mês de maio com base no tema anual “Quilombo Cabula”, em diálogo com a história e identidade da comunidade.
Despertar do orgulho e autoestima:
A ex-aluna e poeta, Italva Cruz, presente na atividade, reforçou a importância de referências negras na formação dos estudantes. “Trazer mulheres negras para falar com os jovens é essencial, especialmente em um território onde muitos ainda não se reconhecem. A escola é o lugar do despertar do orgulho e da autoestima”, ressaltou, emocionada, ao revisitar a unidade onde iniciou sua trajetória.
A estudante do Ensino Médio, Ana Clara Almeida compartilhou como as ações da escola impactaram sua visão de mundo. “Antes eu não me reconhecia, mas agora sei quem sou. Nossa voz preta tem força e ninguém vai calar isso”, concluiu.
Fonte: Ascom/SEC