A arrecadação federal atingiu R$ 254,2 bilhões em julho. O valor é o maior registrado para o mês desde o início da série histórica e representa crescimento real (acima da inflação) de 4,57% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De janeiro a julho, a arrecadação soma R$ 1,679 trilhão, alta de 4,41% em relação ao mesmo período do ano passado em valores corrigidos pela inflação. O valor também é o maior para o período desde o início da série histórica.
Um dos principais fatores para o recorde foi o aumento do IOF. Em julho, a arrecadação com o tributo chegou a R$ 6,5 bilhões, alta de R$ 756 milhões, 13,05% acima da inflação. No acumulado do ano, já são R$ 43,5 bilhões, crescimento de 9,42% acima da inflação.
Apesar da alta, a Receita Federal destacou que o impacto em julho foi residual, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) só restabeleceu o decreto que elevou o IOF na metade do mês.
Segundo o coordenador de Previsão e Análise do Fisco, Marcelo Gomide, o efeito pleno será sentido a partir de agosto.
Alvo de disputas entre Executivo, Congresso e Supremo Tribunal Federal, a elevação do IOF deve render cerca de R$ 12 bilhões adicionais este ano. Por decisão do STF, o aumento foi mantido, mas sem incidência sobre o risco sacado (tipo de antecipação de receitas usada por comerciantes) e sem cobrança retroativa.
Outros fatores que impulsionaram a arrecadação em julho:
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Taxação das apostas online e loterias: R$ 928 milhões;
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Receita atípica: cerca de R$ 3 bilhões de IRPJ e CSLL vindos dos setores de mineração, financeiro e petróleo;
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Previdência Social: alta de 3,4% acima da inflação, motivada pela recuperação do emprego formal;
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PIS/Cofins: alta de 2,9% acima da inflação, estimulada pelo aumento do consumo de serviços.
No acumulado do ano, o desempenho também reflete o crescimento da economia, com massa salarial em alta de 10,6% acima da inflação e importações 3,3% maiores em dólares.
Meta fiscal e perspectivas
A equipe econômica avalia que a trajetória positiva da arrecadação aumenta as chances de cumprir a meta de déficit zero. O governo pode ter um déficit de até R$ 31 bilhões (0,25% do Produto Interno Bruto) sem descumprir formalmente a regra, além de excluir R$ 44,1 bilhões em precatórios da conta oficial. Para 2026, a meta é obter superávit primário de 0,25% do PIB, algo em torno de R$ 31 bilhões.
O desempenho das contas públicas, no entanto, depende da medida provisória em discussão no Congresso, que pretende reforçar a arrecadação em R$ 10,5 bilhões neste ano e em R$ 20,87 bilhões em 2026.
Informações da Agência Brasil



