Ainda falta exatamente um mês para o São João, mas as frutas típicas e que são ingredientes imprescindíveis para os licores, como o jenipapo e o maracujá, estão escassos ou, quando encontrados nas feiras livres, com baixa qualidade. Com a escassez dos produtos, tanto consumidores como comerciantes reclamam na queda da oferta, e nas vendas, além dos altos preços.Na Feira da Sete Portas, uma das maiores e tradicionais de Salvador, encontrar laranja e de boa qualidade é um verdadeiro desafio.
Jenipapo, principal produto do licor junino, é como encontrar uma mina de tesouro, ante a escassez e, principalmente o preço. “Deixei de vender, pois ninguém estava comprando”, queixou-se a comerciante Cleuza de Jesus, referindo-se à laranja, que estava sendo comercializada na Ceasa, na última sexta-feira, a R$ 17 e R$ 30,00 o cento, para os tamanhos médio e grande.Sem opção de lucro, e com a queixa frequente dos clientes, os vendedores de cajus amargaram prejuízos e no domingo faziam uma espécie de liquidação do produto, para que as perdas não fossem totais. Assim que o produto, que na véspera custava em média R$ 2,00 a unidade, saiu três frutos pelo mesmo preço.
Mesmo assim estava difícil a venda. “Ninguém está comprando e quem o faz, compra em pouca quantidade”, disse o vendedor conhecido como José da Maçã.E não era para menos, na banca de “Zé da Maçã” a pêra custava R$ 9,00 o quilo e a uva nacional estava a R$ 15,00 o quilo. Na barraca, a única coisa que tinha baixado de preço foi a pinha, cuja caixa com 20 quilos baixou de R$ 100 para R$ 70,00. “Comprar o mínimo e pechinchar e o máximo, foi a tônica de Beatriz Lima, que se queixava do preço do limão mirim, vendido o saquinho com 12 unidades a R$ 1,00. “O preço até está em conta, mas o produto já está estragado”, se queixava, depois de procurar em várias bancas na feira e não ter encontrado.



