Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que agosto de 2025 reverteu a tendência de aumento em queimadas no país, com exceções no Pampa e na Caatinga, e apresentou o menor número absoluto de focos desde 2019. O monitoramento aponta queda substancial de 59% no total de focos observados por satélite.
O resultado é positivo, já que agosto está no meio do período seco, que vai de maio a outubro. Apenas 9 das 27 unidades federativas tiveram aumento no número de focos em relação ao ano anterior: Amapá (40%), Bahia (18%), Ceará (6%), Paraíba (83%), Pernambuco (52%), Piauí (23%), Rondônia (47%), Rio Grande do Sul (9%) e Sergipe (91%). Destes, somente Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul registraram mais de mil focos. Mesmo com queda acentuada de 69%, o Mato Grosso foi novamente o estado com mais focos.
Segundo o Mapbiomas, a melhora está relacionada principalmente ao retorno das chuvas no inverno, mas também a um uso menor do fogo como instrumento de preparação de terrenos, sobretudo em estados da Amazônia. O Cerrado foi o bioma com maior área queimada até julho, com 1,2 milhão de hectares – metade de toda a área queimada no Brasil no período. Na Amazônia, 1,1 milhão de hectares foram atingidos, uma redução de 70% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, representando o menor patamar desde 2019.
Em São Paulo, a Defesa Civil estadual registrou queda de 75% nos focos na primeira quinzena de agosto, resultado atribuído ao investimento em monitoramento, treinamento de equipes locais e condições climáticas mais favoráveis. O estado mantém equipes de prontidão desde o início da estiagem.
Todo o centro, norte e noroeste paulistas estão em alerta, considerados áreas de risco elevado para queimadas e incêndios espontâneos. O tempo quente e seco deve começar a amenizar, com mínimas em torno de 15 graus e melhora na umidade relativa do ar. Cerca de 50 municípios registraram índices abaixo dos 20%, e em Ituverava, no norte do estado, a umidade chegou a apenas 11%.
Avanço da seca no Nordeste
A Agência Nacional de Águas (ANA) também divulgou atualização de seu Monitor de Secas, informando que houve alívio do fenômeno em alguns estados, mas intensificação em 14 outros, incluindo Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e São Paulo. O Amapá e o Mato Grosso seguiram livres de seca, enquanto em Roraima o fenômeno deixou de ser observado devido ao volume de chuvas acima da média.
A Caatinga nordestina voltou a registrar Seca Extrema, segundo pior índice do monitor.
Informações da Agência Brasil