A produção da indústria brasileira cresceu 0,1% na passagem de um mês para o outro, interrompendo uma sequência de dois meses consecutivos de queda. Com esse desempenho, o setor acumula alta de 1,2% no ano e de 2,4% nos últimos 12 meses. Ainda assim, na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve retração de 1,3%.
Segundo dados do IBGE, a produção industrial nacional está 2% acima do nível pré-pandemia, mas permanece 15,1% abaixo do pico histórico registrado em 2011.
Apesar do crescimento pontual, a média móvel trimestral apresenta queda de 0,4%, indicando perda de ritmo na atividade industrial. Essa desaceleração é atribuída, principalmente, à política de juros altos adotada pelo Banco Central para controlar a inflação. Com a taxa Selic atualmente em 15% ao ano, o custo do crédito se torna um obstáculo para a expansão do setor.
O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que essa conjuntura reflete uma “menor intensidade na produção nos meses mais recentes”, diretamente ligada à política monetária mais restritiva. Ele aponta também que o ambiente externo traz incertezas, como o aumento das tarifas de importação nos Estados Unidos, que afetam a previsibilidade e o planejamento das empresas brasileiras.
Alta em algumas áreas, queda em outras
Das 25 atividades industriais pesquisadas, 17 registraram crescimento, o maior espalhamento de altas em mais de um ano. No entanto, o IBGE alerta que essa difusão está ligada à recuperação de perdas anteriores, e não necessariamente a uma retomada consistente.
Entre os setores que mais contribuíram positivamente estão:
Veículos automotores, reboques e carrocerias (+2,4%)
Produtos de borracha e material plástico (+1,4%)
Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+1,7%)
Impressão e reprodução de gravações (+6,6%)
Celulose, papel e derivados (+1,6%)
Por outro lado, setores como alimentos, petróleo e derivados, e indústrias extrativas tiveram desempenho negativo. Juntas, essas atividades representam quase metade da produção industrial nacional.
Entre as categorias econômicas, os bens de capital (máquinas e equipamentos) cresceram 1,2%, e os bens de consumo duráveis, 0,2%. Já os bens intermediários e os bens de consumo semi e não duráveis registraram queda.
Informações da Agência Brasil