A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil em 2025 recuou ligeiramente, passando de 5,24% para 5,20%, segundo dados do Boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo Banco Central com estimativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
Apesar da leve queda, a expectativa ainda se mantém acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, até 4,5%.
Para os anos seguintes, o mercado projeta estabilidade. A previsão para 2026 permanece em 4,5%, enquanto para 2027 e 2028 as estimativas são de 4% e 3,83%, respectivamente.
Pressões e controle da inflação:
A inflação tem mostrado sinais de desaceleração. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26%, menor do que o registrado em abril (0,43%). O índice acumula alta de 2,75% no ano e 5,32% nos últimos 12 meses, com destaque para o aumento da energia elétrica como principal responsável pela pressão recente nos preços.
Selic em alta e mercado cauteloso:
Mesmo com a desaceleração da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano, em uma tentativa de conter pressões inflacionárias. Essa foi a sétima alta consecutiva no atual ciclo de aperto monetário.
O Copom sinalizou que os juros devem ser mantidos nesse patamar nas próximas reuniões, mas não descartou novas elevações caso o cenário inflacionário volte a piorar. O mercado agora estima que a Selic encerre 2025 ainda em 15%, com queda gradual a partir de 2026: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
A alta da Selic impacta diretamente o custo do crédito e a capacidade de consumo da população. Juros mais altos encarecem empréstimos e financiamentos, reduzem a demanda e podem desacelerar a economia — ao mesmo tempo em que ajudam a controlar a inflação.
Crescimento econômico e dólar:
A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro se manteve em 2,21% para este ano. Para 2026, o mercado aumentou levemente a estimativa, de 1,85% para 1,87%. Em 2027 e 2028, espera-se uma expansão de 2% ao ano.
No primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 1,4%, puxada principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, consolidando o quarto ano consecutivo de crescimento.
Quanto ao câmbio, o mercado prevê que o dólar termine 2025 cotado a R$ 5,70, podendo chegar a R$ 5,79 até o final de 2026.
Resumo dos principais indicadores:
- Inflação (IPCA 2025): 5,20%
- Meta de inflação (2025): 3% (limite superior de 4,5%)
- Selic atual: 15% ao ano
- PIB previsto (2025): crescimento de 2,21%
- Dólar estimado (fim de 2025): R$ 5,70
O cenário exige cautela por parte de investidores, consumidores e do próprio governo, em um ambiente de incertezas que combina juros altos, controle inflacionário e desafio de manter o ritmo de crescimento econômico.
Informações da Agência Brasil