O ano de 2015 não vai deixar saudades para o setor automotivo, que teve que se adequar a um cenário bem diferente de anos anteriores. As vendas de veículos (entre carros, utilitários leves, caminhões e ônibus) encerraram o ano passado com queda de 23,9%, maior retração percentual do mercado brasileiro desde 1987. Já os emplacamentos apenas de automóveis e comerciais leves somaram em torno de 2,480 milhões de unidades, queda de 25,59% frente ao resultado de 2014 (3,333 milhões de unidades).Na comparação mensal, o resultado ainda é negativo.
No último mês de 2015, a média diária comercializada no país foi de 10.044 automóveis e comerciais leves, o que representa um recuo de 37,54% na comparação com igual mês do ano anterior.Gerentes de concessionárias em Belo Horizonte confirmam o mau momento, que nem descontos e taxa zero de juros conseguiram reverter. Entre os motivos apontados pelos representantes do setor está a redução do ritmo da atividade econômica, com aumento do desemprego e dos juros, além do receio pelos rumos da economia e o crédito menos acessível.
A Jorlan Chevrolet vendeu, em 2015, cerca de 40% menos que em 2014, conforme o gerente de novos da concessionária, Cláudio Garcia. Ele conta que a análise de crédito ficou mais criteriosa. “Atualmente, para facilitar o crédito, é necessário dar uma entrada maior”, diz. Na concessionária, em torno de 60% das vendas de veículos novos são financiadas.Nas duas concessionárias da Tecar Fiat, 2015 também foi marcado pelo recuo na venda, conforme o gerente Guilherme Henrique Monteiro Rodrigues.
Ele conta que o balanço ainda está sendo finalizado. “O ano passado foi marcado pela turbulência e pela dificuldade de se conseguir crédito”, conta.Diante do acesso mais difícil ao crédito, a participação dos financiamentos vem caindo. “Há cerca de três anos, as vendas financiadas chegavam a 70%, 80%. No ano passado, ficou na casa dos 50%”, observa.Na concessionária Garra Volkswagen, a queda nas vendas no ano passado foi de 20% frente 2014, conforme o gerente de vendas Milton Diniz. “Foi um ano de queda geral entre as empresas do setor”, diz. Ele também destacou o crédito restrito como vilão. Nissan investe R$ 750 milhões