Números modestos nunca fizeram parte do universo da empresa de carros compartilhados Uber. Com menos de cinco anos de vida, a companhia do polêmico Travis Kalanick atua em 360 cidades de 68 países e fatura estimados 2 bilhões de dólares por ano. O mais impressionante, porém, são os 65 bilhões de dólares de valor de mercado, mais do que a Ford, com 100 anos de história e 130 bilhões de receita. Paciência também nunca combinou muito com a Uber. Em dois anos de Brasil, a empresa chegou a 10.000 motoristas em oito cidades. Agora quer conquistar 50.000 novos motoristas até outubro.
É um número viável? A companhia conseguiu um aliado importante no início de março, quando o Ministério da Fazenda, depois de realizar um estudo, concluiu que o aplicativo é benéfico para os consumidores e recomentou que as cidades brasileiras desregulem o serviço de táxi. É cedo para saber se a decisão terá algum efeito prático nas prefeituras ou se impedirá que os taxistas persigam os motoristas da Uber Brasil afora.
De qualquer forma, com ou sem desregulamentação, a empresa se organiza para atingir a meta de crescimento. Com cerca de 1 milhão de usuários no Brasil, uma das estratégias da Uber para ampliar seu negócio no país é a estreia de um novo serviço nos próximos meses. Segundo Guilherme Telles, diretor da Uber no Brasil, em breve os brasileiros contarão com a Uber Pool, uma modalidade de carona compartilhada.
“Essa função permite que passageiros que não se conhecem dividam a tarifa de uma corrida caso estejam indo para o mesmo lugar ou façam o mesmo caminho”, diz. Em funcionamento nos Estados Unidos e na China, a Uber Pool amplia o conceito de economia compartilhada. Quando solicitar o carro, o passageiro será informado pelo aplicativo caso haja outra pessoa por perto que fará a mesma rota.
Treze executivos americanos desembarcaram no país para ajudar na implantação e no crescimento da operação local. Segundo ele, o novo serviço é seguro, uma vez que todos os usuários têm cadastro no aplicativo.
“É uma forma de tirar carros da rua e proporcionar economia de até 50% aos usuários”, afirma.
Com o novo serviço, a Uber quer convencer os passageiros de que é mais viável usar o aplicativo do que ter um carro. Segundo uma pesquisa da própria empresa, quem percorre até 27 quilômetros por dia gasta menos no fim do mês se usar a UberX para se locomover. “Para convencer os usuários temos de ampliar nossa oferta de veículos mostrando que é seguro contar com a empresa”, afirma Telles. O plano é crescer nas cidades em que a empresa já opera. Leia mais na revista Exame.



