Diante da constatação de que não conseguiria cumprir a meta de visitar todas as casas brasileiras até o fim de janeiro, em busca de criadouros do mosquito Aedes aegypti, o governo decidiu adiar o prazo. Agentes de saúde e militares das Forças Armadas terão até o fim de fevereiro para cumprir o compromisso, assumido no fim do ano passado e considerado crucial para tentar evitar que o País enfrente no verão uma tríplice epidemia de dengue, chikungunya e zika.
As ações também tentam conter o avanço da microcefalia, uma má-formação congênita que em 90% dos casos provoca deficiência mental. A doença, que até meados do ano passado era considerada rara, aumentou de forma expressiva, sobretudo nos Estados do Nordeste. Uma das hipóteses dos pesquisadores e do próprio Ministério da Saúde é de que o aumento é causado pela infecção do zika da mãe para o bebê, ainda no período de gestação. O anúncio da prorrogação ocorreu um dia depois de uma reunião de emergência, convocada pela presidente Dilma Rousseff para discutir as ações de combate ao vetor.
Descontente com o trabalho, ela cobrou da equipe reforço nas atividades. “Não foi uma reunião de emergência, muito menos de bronca”, desconversou o secretário executivo substituto do Ministério da Saúde, Neilton Oliveira. “Mas de acompanhamento”, completou. Ainda assim, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, iniciou ontem, no município do Crato, no Ceará, uma caravana de mobilização que deverá se estender pelo Nordeste.