Todos os dias, às 9h, os 263 comerciantes do Mercado Modelo abrem as portas à espera de uma clientela nem sempre farta — o movimento forte, mesmo, é de dezembro até o Carnaval e em julho. Agora, quando começa a baixa estação, eles terão mais motivo para trabalhar diariamente: uma dívida de R$ 2 milhões, contraída pelos comerciantes e a associação que administra o local, que já precisa começar a ser paga até o dia 25. No dia 2, a prefeitura assumirá a administração do Mercado Modelo, com o objetivo de reorganizar a gestão.Um acordo mediado pelo Ministério Público, através da promotora Rita Tourinho, definiu que o passivo será pago pelos permissionários.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Modelo (Ascomm), Fausto Reis, a dívida será rateada proporcionalmente.“Vai ser de acordo com um levantamento feito pela Receita Federal. Acredito que vá ser uns R$ 12 mil os boxes que pagam 100% do condomínio. Os de 50% podem chegar a uns R$ 6 mil e os de 75%, a R$ 8 mil. Estou fazendo uma estimativa, mas pode aumentar”, adiantou.O artesão Deco Santos, 44 anos, disse que a dívida assustou. “Quando ficamos sabendo, todo mundo ficou preocupado. A gente não sabe como vai ser porque é muita inadimplência. O mercado estava abandonado, sem administração”, comentou. A família dele está no mercado desde a fundação, há 104 anos, quando a bisavó abriu uma loja.