O combustível adulterado é um grande problema no Brasil e gera danos graves aos veículos. Com os preços em constante aumento, o problema tem crescido no país. Só no primeiro semestre deste ano, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a alteração do combustível aumentou 20%. Com o intuito de contribuir para a agilidade na identificação do produto modificado, os pesquisadores Rodrigo Galvão, Sidnel Souza e Andrei Marcelino, liderados pelo professor Jorge Fernando, do Grupo de Pesquisa de Materiais Fotônicos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), desenvolveram um marcador luminescente para detecção de adulteração em combustíveis.
Os marcadores são materiais químicos. Eles são capazes de atestar a sua legitimidade, a sua origem ou identificar adulterações. Essa marcação também pode ser identificada em cédulas de dinheiro. “No caso da nossa patente depositada, o material que desenvolvemos é capaz de monitorar a adulteração dos combustíveis Etanol, Gasolina Comum e Gasolina Aditivada, de forma barata e eficiente. Esse método é importante no controle de qualidade dos produtos, uma vez que adulterações se configuram como problemas recorrentes e extremamente danosos ao consumidor”, diz Jorge Fernando.
Segundo o professor, através do marcador luminescente, que foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa de Materiais Fotônicos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), é possível detectar a alteração. “Adicionamos o nosso pó e quando colocamos a lâmpada negra sobre a amostra marcada é possível ver uma intensidade de emissão bem característica do nosso marcador. Quando o combustível está adulterado, por exemplo, a intensidade de emissão diminui, mostrando que o material em questão foi alterado. Se não houvesse adulteração, a intensidade de emissão era maior”, explica.
Para disponibilizar a tecnologia no mercado, os pesquisadores estão em busca de novos investidores. De acordo com os profissionais, o produto tem um bom custo-benefício e é mais barato que outros testes já aplicados no mercado. “Rapidez, simplicidade, eficiência e baixo custo. Com o nosso marcador e uma lanterna que tenha luz (luz ultravioleta) negra, é possível constatar o processo de adulteração”, afirma Jorge.
A patente da tecnologia já foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), na categoria Patente de Invenção. Além disso, a equipe, que faz parte do Centro de Formação de Professores (CFP), localizado no campus Amargosa da Universidade Federal do Recôncavo, conquistou o Prêmio Inventor UFRB. O projeto contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a parceria do Instituto Nacional de Energia e Meio Ambiente (INCT E&A).
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.