Há mais de vinte anos, o aposentado Antônio Oliveira, 60 anos, compra carne na Feira de São Joaquim. Mesmo morando em São Cristóvão, Antônio garante que a viagem vale a pena. “Compensa, é mais barato. E é bom que eu dou uma volta”, brinca. Ele, entretanto, reclama da sujeira na Rua do Fato, conhecida por abrigar cerca de 120 bancas que vendem carnes e vísceras. “A gente nasceu na limpeza, então, a gente não gosta (da sujeira)”.
Para tentar resolver o problema, órgãos da prefeitura organizaram, na tarde de ontem, um mutirão, com o objetivo de retirar a sujeira e materiais que causem acúmulo de lixo e água, o que atrai o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika.
Apesar da coleta diária de lixo, a última vez que ocorreu uma limpeza mais pesada como a de ontem foi em 2010. Os 35 agentes de limpeza da Limpurb varreram todo o chão da Rua do Fato, retiraram barracas quebradas e equipamentos danificados. Mas, devido ao volume de lixo – a quantidade não foi divulgada -, os funcionários terão de voltar outros dias. As datas ainda serão marcadas. “Aqui é muito grande. É como uma cidade, tem várias vielas”, justificou a titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Rosemma Maluf. Nove agentes supervisionaram o mutirão.
O comerciante Edson Queiroz, 50, aprovou a iniciativa. Para ele, a sujeira pode afastar os clientes. “Limpeza é fundamental, quem não gosta? Tem gente que entra aqui com a mão no nariz por causa do mau cheiro”, afirmou. Edson, que trabalha na feira desde criança, acredita que limpezas como a de ontem deveriam ser mais frequentes. “Tinha que ter uma limpeza semanal como essa”, sugere. Já Antônio, o cliente de São Cristóvão, pede mais zelo dos comerciantes. “Se não fizer (a limpeza), cria rato, barata. Olha a zika aí, tem que deixar o ambiente limpo”, declarou o aposentado.