Ela é uma doença rara, que atinge de 8 a 40 milhões de pessoas no mundo – no Brasil, a estimativa é de que sejam entre 1.600 a 10 mil – e afeta, sobretudo, a qualidade de vida, já que até mesmo atividades simples do dia-a-dia como tomar um banho ou pentear os cabelos dão sensação semelhante, comparando a um atleta profissional, de estar jogando em locais de altas altitudes e sentir uma falta de ar extrema. Trata-se da hipertensão pulmonar (HP).
Ela pode afetar pessoas de todas as idades, mas a maioria dos diagnósticos ocorre entre os 40 e 50 anos, podendo surgir isoladamente – através da formação de coágulos nas artérias do pulmão que, com o passar do tempo, fibrosam – ou acompanhadas de outras enfermidades tais como câncer, embolias pulmonares e infecções crônicas. Se não diagnosticada a tempo, pode levar a morte.
De acordo com o pneumologista do Grupo de Circulação Pulmonar do Instituto do Coração (INCOR) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Caio Fernandes, a HP já é considerada a terceira causa de mortalidade no mundo. “É uma doença prevalente e muito grave.A gente estima que há muitos pacientes que estão rodando por aí sem o devido diagnóstico”, alertou.Estudos apontam que a deficiência de óxido nítrico, acompanhado de uma disfunção do revestimento interior dos vasos sanguíneos, o endotélio, consiste no principal problema dessa enfermidade.
A hipertensão pulmonar tem causas indefinidas, mas alguns pontos podem ser determinantes para o desenvolvimento da doença tais como histórico familiar, problemas cardíacos e esquistossomose. Dentre os sintomas estão falta de ar, cansaço, lábios e pele azulados, além de inchaço nos tornozelos.
De acordo com os especialistas, a HP está divida em cinco tipos, e o tratamento pode ser feito por medicamentos (até então existentes apenas para os pacientes do grupo 1) ou por cirurgia. Contudo, há apenas dois centros especializados para a realização do procedimento localizados em São Paulo, no Incor e na Unifesp. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a classificação do paciente com a enfermidade varia na escala de 1 a 4, que vai desde limitação da atividade física habitual até a presença de fadiga inclusive durante o repouso.