O Google anunciou na terça-feira (4) sua nova linha de smartphones: chamada de Pixel, ela substitui a linha Nexus, lançada pela empresa em 2010 para mostrar o poder do sistema operacional Android. Mais que um par de smartphones para competir com o iPhone 7, da Apple, e o Galaxy S7, da Samsung, os modelos mostram que são uma plataforma para o Google mostrar seu poder em inteligência artificial.
O Pixel e o Pixel XL, estrelas da apresentação de terça, terão como base o Google Assistant, assistente pessoal que usa o conhecimento da empresa no setor de buscas para tentar ajudar o usuário a achar o que quiser. Rival direto da Cortana, da Microsoft, e da Siri, da Apple, o assistente do Google conta com um apurado sistema de inteligência artificial integrado ao sistema do celular.
A experiência do Google em buscas, no entanto, lhe dá vantagem sobre os rivais. É possível, por exemplo, pedir para ver, apenas com a voz, “fotos tiradas durante o mês de outubro”. Em seguida, o assistente exibe todas as fotos do período. Além disso, é possível fazer reservas em restaurantes, ouvir músicas ou, ainda, mandar mensagens para contatos da agenda. Outro diferencial do smartphone será sua bateria: a empresa promete que, com 15 minutos de recarga, o Pixel poderá ter pelo menos 7 horas de uso.
Os aparelhos serão vendidos por preços a partir de US$ 649 nos Estados Unidos – ainda não há previsão de chegada ao Brasil, segundo o Google. Além do Google Home e dos smartphones, o Google também apresentou uma família de novos aparelhos – que incluem um óculos de realidade virtual, um roteador e uma nova versão do Chromecast. Para Brian Blau, analista da consultoria Gartner, a aposta em inteligência artificial tem tudo para substituir o negócio pelo qual o Google se tornou conhecido no mundo inteiro – a busca. “A inteligência artificial deve ser o próximo grande pilar de sustentação do Google”, diz o analista. “Renomear e criar novos dispositivos debaixo de um único guarda-chuva de design, com o incentivo ao uso da inteligência artificial, faz parte desse projeto”.
Segundo Julie Ask, vice-presidente da consultoria Forrester, é no campo da inteligência artificial que o Google pode continuar sendo um ponto de contato entre usuários e marcas. “É como buscar um Santo Graal, mas é o tipo de coisa que vai dar um valor de mercado sem precedentes ao Google”, diz a analista, que cita o aplicativo de mensagens Google Allo como parte dessa estratégia. Lançado há uma semana, o Allo é um rival do WhatsApp que tem inteligência artificial em um “robô de conversa”. Ele pode sugerir aos usuários, por exemplo, lugares para se encontrarem caso a conversa entre os dois seja sobre marcar uma reunião. Para Julie, no entanto, o app é um esforço tardio da empresa.