O temporal que desabou sobre Salvador no dia 9 de novembro de 2011 vai demorar de ser esquecido pelos moradores da Chácara Santo Antônio, na encosta em frente ao Largo do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico. No dia fatídico, moradores perceberam a terra deslizando durante a noite e deixaram suas casas. Foi o que evitou que fossem levados pela chuva junto com sete imóveis atingidos pela terra que desceu. Ninguém se feriu, mas, naquele dia, com imóveis interditados, mais de 300 pessoas ficaram desabrigadas.
Foi esse local, que fica na falha geológica que separa a Cidade Alta da Cidade Baixa, o escolhido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para a instalação de uma Estação Total Robotizada (ETR) e de 100 prismas de monitoramento para prevenção de deslizamentos.
Informações inéditas
O nome difícil serve para designar um sistema capaz de detectar qualquer movimentação ou deslizamento de terra, na encosta ou nas residências, a partir de 1 milímetro. A ideia é reunir informações inéditas sobre o solo que possam ajudar a Defesa Civil municipal a perceber as condições exatas que antecedem o desastre e se antecipar a eles, ganhando tempo para, por exemplo, evacuar uma área em risco, evitar uma tragédia ou reduzir danos.
“A ETR vai permitir estabelecer o exato momento de ruptura do solo e ver quanto de umidade já tem no solo naquele momento. Quando o nível de umidade chegar próximo desses valores, a gente emite o alerta para a Defesa Civil e aí eles têm tempo de adotar medidas preventivas com a população”, explicou o pesquisador do Cemaden Rodolfo Mendes, que está em Salvador para a instalação do sistema.
Segundo o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Alvaro da Silveira Filho, além de ser um ponto da falha geológica, o Santo Antônio foi escolhido por ser um local de risco, onde já aconteceram vários deslizamentos.
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