Com salários atrasados, servidores públicos, aposentados e pensionistas do Estado do Rio usaram as redes sociais para pedir que os bancos sejam compreensivos na cobrança de juros pelas contas vencidas. Os apelos foram feitos depois que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou na última terça-feira o atraso no pagamento de fevereiro. Na ocasião, ele pediu a “compreensão” de quem não recebeu na data prevista.
Em uma inusitada troca de mensagens com o Itaú Unibanco, a professora Gabriella Costa Silva repassou a justificativa que recebeu do governo estadual. Ela pediu ao banco “compreensão” pelo atraso no pagamento da fatura do cartão de crédito. A conversa teve 7,7 mil curtidas e 13 mil compartilhamentos até o fim da tarde ontem. “Não esperava essa repercussão. Minha intenção foi apenas usar o mesmo argumento do governador”, disse Gabriella.
Na conversa, o banco informou que não seria possível isentar a professora da cobrança de juros. Depois, no fim da noite de quinta-feira, Gabriella disse que recebeu uma ligação do Itaú e a sua situação foi, enfim, compreendida.
Ela afirma que vai poder pagar a fatura sem juros ou encargos. O sucesso da negociação da professora inspirou outros servidores públicos.A professora Suzana Vidal, de 31 anos, mora em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, e dá aulas de matemática em duas escolas públicas estaduais. Ela usou a página do Bradesco no Facebook para pedir que o banco não faça cobrança de juros nem a coloque em crédito especial. No entanto, ainda não obteve resposta.
Suzana disse não ter expectativa de conseguir a consideração do banco. “Fiz mais como forma de protesto por tudo o que está acontecendo. Até agora eu não terminei de receber o 13.º, estou com a conta no negativo e vou pagar juros”, disse.