O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou ontem (31) que a realização da Copa América no Brasil ainda está em negociação entre o governo federal e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), por meio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Pela manhã, a entidade havia confirmado a mudança de sede do torneio, que seria realizado na Argentina e na Colômbia, mas será transferido para o Brasil.
"Ainda não tem nada certo, quero pontuar de uma forma bem clara, estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possÃvel, de atender", afirmou o ministro em declaração à imprensa no Palácio do Planalto.
Segundo Ramos, o governo estabeleceu exigências nas primeiras conversas que manteve com a CBF. "São 10 times, com dois grupos, 65 pessoas por cada delegação. Todos vacinados. Foi a imposição que nós tratamos com a CBF. Até agora, não há documento firmado, apenas essas tratativas. Bem como a seleção brasileira também será vacinada", destacou.
Ramos informou que novas conversas serão realizadas com a CBF nesta terça-feira (1º), quando deve ser anunciada a decisão final sobre a realização do torneio no paÃs. "É importante destacar que esse evento, caso se realize, não terá público. Tem saÃdo algumas notÃcias com relação a público, [mas] não terá público", enfatizou Ramos.
Sobre a definição das cidades que poderão receber os jogos, o ministro disse que essa é uma negociação que será feita pelas entidades organizadoras com os governo estaduais e municipais. Em relação ao impacto do torneio em plena pandemia, o ministro usou o argumento de que já há jogos de futebol sendo realizados no paÃs em outras competições oficiais.
"Com relação à realização dos jogos da Copa América, que serão poucos, não sei porque algumas pessoas se pronunciaram contra o evento, se há jogos do campeonato brasileiro, ocorreram jogos dos campeonato estadual e da Libertadores".
Durante o rápido pronunciamento, em que não respondeu a perguntas, Luiz Eduardo Ramos estava acompanhado do secretário especial do Esporte, Marcelo Reis Magalhães. O secretário destacou que o evento é privado e que o governo federal dará apenas o suporte para a entrada das delegações no paÃs.
"Por se tratar de um evento privado, é muito bom deixar isso bem claro, é um evento privado, que a CBF negocie com estados e municÃpios onde vão ser as sedes. O governo federal apenas dará toda a parte de estrutura para a entrada dessas equipes no paÃs. É basicamente isso".
A Copa América, que é o principal torneio de seleções da América do Sul, ocorrerá entre os dias 13 de junho e 10 de julho, com a participação de 10 seleções divididas em dois grupos. Argentina, BolÃvia, Chile, Paraguai e Uruguai estão no Grupo A. Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela formam o Grupo B.
Além da Argentina, a previsão inicial da Conmebol era fazer o torneio também na Colômbia, que tinha desistido anteriormente pela grave crise social que tomou conta do paÃs.
De acordo com a Conmebol, a premiação para o campeão da Copa América será de US$ 10 milhões (cerca de R$ 57 milhões). E cada seleção participante receberá US$ 4 milhões (quase R$ 23 milhões). Em 2019, o Brasil, que foi o campeão, faturou US$ 7,5 milhões.
No Senado, a notÃcia de que o Brasil foi anunciado como sede da Copa América pela Conmebol fez o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentar um requerimento para convocar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para dar explicações à comissão sobre a realização da competição no paÃs.
“É necessário saber quais medidas foram planejadas para garantir segurança sanitária aos brasileiros diante da realização da Copa América com tanta celeridade em nosso paÃs”, disse o senador.
Informações da Agência Brasil
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