do jornal Tribuna da Bahia
Aprovado em dezembro do ano passado e aplicado desde o último mês de março, a elevação de 17% para 18% na alíquota do ICMS trouxe impactos, nos medicamentos, que vem registrando aumentos e, simultaneamente, queda nos descontos dados pelos laboratórios. “Se antes eles davam abatimentos de até 40%, hoje, no máximo, dão 20%”, disse o vice-presidente do Sindicato que representa o comércio varejista de produtos farmacêuticos, o Sincofarba, Luiz Trindade.
O resultado, para o consumidor, tem sido o de coçar um pouco mais um bolso – o acréscimo foi de quase 14%, sendo 1,2% oriundo do imposto e os 12,5% restantes autorizados pelo governo federal – já que este atingiu tanto os medicamentos de marca quanto os genéricos. Outra dica, esta sempre válida, tem sido a de percorrer diversas farmácias atrás dos melhores preços.De acordo com Trindade, dentre os medicamentos que sofreram o maior reajuste estão o cetroprofeno (antiinflamatório), que teve um acréscimo de 20% no preço, além dos medicamentos considerados de uso contínuo, como captopril (para o tratamento da hipertensão) e metformina (tratamento da diabetes) com um aumento médio de 10%. “Analgésicos que custavam R$ 3,3 tem o valor atual de R$ 4,50”, comentou.
Ele conta que, além do aumento do ICMS nos estados – o do Rio de Janeiro é considerado o maior do país, com 20% – outros custos como a alta do dólar também impactaram no preço final dos produtos. “Apenas fazemos o repasse de acordo com que os laboratórios nos passam”, acrescentou o vice-presidente da Sincofarba, ressaltando que a mudança de mentalidade do consumidor, fez com que o movimento nas farmácias tivesse uma queda média de 6% no mês de agosto.
A aposentada, Paulina Rios, reclama dos preços cada vez mais, segundo ela, abusivos e tem adotado a prática da pesquisa. “Cansa, mas vale a pena por que nosso dinheiro é pouco e temos que fazer render até o final do mês”, falou ela, que gasta quase R$ 200 por mês com medicamentos para hipertensão e diabetes. Ela, inclusive, faz parte do perfil de pessoas que mais foram atingidas com os aumentos, ao lado de consumidores de baixa renda e de usuários de medicação justamente de uso contínuo.